Urologia

Cirurgia Robótica no Trato Urinário: Inovação, Precisão e Recuperação Rápida

Cirurgia Robótica no Trato Urinário. A cirurgia robótica, uma das inovações mais notáveis no campo da medicina moderna, está transformando o modo como os procedimentos cirúrgicos são realizados. Utilizando tecnologia de ponta, os cirurgiões são capazes de realizar intervenções mais precisas e menos invasivas, proporcionando aos pacientes uma recuperação mais rápida e menos dolorosa. Esta abordagem não só melhora os resultados cirúrgicos, mas também redefine as expectativas de segurança e eficiência no tratamento médico. Neste artigo, respondemos às perguntas mais frequentes para esclarecer dúvidas comuns e ajudar você a entender melhor o que esperar se estiver considerando este procedimento avançado.

Perguntas Frequentes Sobre a Cirurgia Robótica

É você que opera ou o robô faz tudo sozinho?

A cirurgia robótica não é feita pelo robô sozinho. Sou eu quem realiza a cirurgia, controlando o robô o tempo todo. O robô é uma ferramenta que amplia a precisão dos movimentos, reduz tremores e oferece uma visão detalhada em 3D do local da cirurgia. Isso melhora a segurança e os resultados, mas a técnica, o planejamento e todas as decisões são feitas por mim como cirurgião.

Será que a cirurgia robótica é a mais indicada para o meu caso?

A cirurgia robótica é uma excelente opção para muitos casos, especialmente em procedimentos complexos e delicados, como os relacionados à próstata, rins e bexiga. Ela oferece benefícios como menor sangramento, recuperação mais rápida e menos dor. No entanto, a indicação depende do tipo de problema, do seu estado de saúde e de outros fatores. Eu preciso avaliar seu caso e seus exames para dizer com clareza se essa é a melhor abordagem para você.

Qual o valor da cirurgia?

O custo de uma cirurgia robótica depende de vários fatores, como a complexidade da doença, o estado geral de saúde do paciente e os resultados dos exames. Além disso, os materiais utilizados, a equipe especializada e a disponibilidade de hospitais com plataforma robótica influenciam o valor. Outro ponto importante é verificar se o plano de saúde cobre o procedimento, o que pode reduzir os custos. Eu preciso fazer uma avaliação detalhada, para estimar o valor e orientar sobre possíveis auxílios financeiros ou coberturas disponíveis.

Meu plano cobre o procedimento?

A cobertura da cirurgia robótica pelo plano de saúde depende do contrato com a operadora e da indicação médica. Alguns planos cobrem o procedimento, mas nem sempre incluem os custos específicos da tecnologia robótica. Após a minha avaliação em consulta, minha equipe vai verificar junto ao seu plano os recursos e hospitais credenciados. Caso não haja cobertura, discutiremos alternativas para garantir o melhor cuidado para o seu caso.

Qualquer urologista está habilitado a realizar a cirurgia robótica?

Nem todo urologista está habilitado a realizar cirurgia robótica. Esse tipo de cirurgia exige treinamento específico em plataformas robóticas, além de experiência em procedimentos minimamente invasivos. Após o treinamento, o cirurgião deve realizar casos supervisionados para se tornar plenamente capacitado. É importante escolher um profissional com qualificação reconhecida e experiência comprovada na técnica para garantir segurança e melhores resultados.

Existe diferença entre os cirurgiões robóticos?

Sim, há enormes diferenças entre os cirurgiões robóticos. A experiência no manejo de casos complexos é importante, mas é essencial o comprometimento do cirurgião com a sua saúde e qualidade de vida. Um bom cirurgião robótico busca entender suas necessidades, explica cada etapa do processo e garante um cuidado humanizado antes, durante e após a cirurgia. A dedicação e a empatia do profissional fazem toda a diferença e vale lembrar que a plataforma robótica é apenas uma ferramenta que precisa ser controlada por mãos HUMANAS.

Existem diferenças entre hospitais e entre as plataformas robóticas?

Sim, existem diferenças entre hospitais e plataformas robóticas. Nos hospitais, fatores como infraestrutura, equipe de suporte, frequência de cirurgias robóticas realizadas e disponibilidade de leitos influenciam na qualidade do atendimento. Em relação às plataformas robóticas, a maioria utiliza o sistema Da Vinci, que possui diferentes gerações (como Si, Xi e X). As versões mais recentes oferecem avanços como maior precisão, melhor visualização 3D e maior flexibilidade para o cirurgião. No entanto, o sucesso da cirurgia depende mais da experiência da equipe e do cuidado com o paciente do que da plataforma utilizada.

Quais os hospitais possuem plataformas robóticas?

No momento da publicação deste post, aqui no Rio de Janeiro existem hospitais da rede privada e também da rede pública (SUS) que oferecem essa tecnologia. Rede privada: Copa Star, Casa de Saúde São José, Quinta D’Or, Copa D’Or, São Lucas, Samaritano Barra, Samaritano Botafogo, Clínica São Vicente da Gávea; Rede pública: INCA, Hospital Pedro Ernesto (UERJ);

Para quem a cirurgia robótica NÃO está indicada?

A cirurgia robótica tem poucas contra indicações absolutas, mas alguns fatores podem impedir sua realização. Ela não é indicada para pacientes com condições graves de saúde que aumentem o risco cirúrgico, como doenças cardiovasculares ou pulmonares descompensadas; pacientes com aumento da pressão intracraniana, infecções abdominais e obstruções intestinais. Também pode não ser a melhor opção nos pacientes com tumores muito avançados ou com invasão que exija abordagens alternativas. Pacientes com múltiplas cirurgias abdominais prévias podem ter aderências que dificultem a técnica. Cada caso deve ser avaliado individualmente para garantir segurança e melhores resultados.

Se eu for ao RJ operar com o senhor, quanto tempo depois posso voar de volta para a minha cidade?

O tempo necessário para voar após a cirurgia robótica depende do tipo de procedimento, da sua recuperação individual, da distância e da altitude do voo. Geralmente, pacientes podem voar após 10-14 dias da cirurgia, desde que estejam evoluindo bem. É importante evitar voar muito cedo para reduzir o risco de complicações, como trombose venosa profunda. Antes de viajar, faremos uma avaliação pós-operatória para garantir que você está seguro para o voo. Em caso de dúvidas, conversaremos sobre os ajustes necessários para o seu conforto e segurança.

Por quanto tempo eu fico de sonda depois da cirurgia robótica?

O tempo de uso da sonda depende do tipo de cirurgia. Para cirurgias de rim, geralmente a sonda não é necessária. Já nas cirurgias de próstata, ela costuma permanecer por 5 a 7 dias, ajudando na cicatrização interna da conexão entre a bexiga e a uretra. Sei que o uso da sonda pode ser desconfortável e exige alguns cuidados, mas é por um curto período. Em pouco tempo, você estará livre dela e retomando suas atividades normalmente.

Posso ficar com incontinência urinária depois da cirurgia robótica?

O risco de incontinência urinária após a cirurgia robótica de próstata é baixo, especialmente com técnicas modernas e um cirurgião experiente. Na maioria dos casos, há uma incontinência temporária no período inicial de recuperação, que melhora gradualmente ao longo de semanas ou meses. A maioria dos pacientes recupera o controle completo em até 6 meses. Fatores como idade, condições pré-existentes da bexiga e a saúde geral do esfíncter urinário podem influenciar a recuperação. Exercícios para o assoalho pélvico (como os de Kegel) ajudam a acelerar o retorno à continência. Garantimos um acompanhamento próximo para minimizar os riscos e melhorar a sua recuperação.

Todo homem que retira a próstata com a cirurgia robótica fica potente?

Nem todo homem que realiza a cirurgia robótica para retirada da próstata recupera a potência sexual, mas a chance é maior com técnicas de preservação dos nervos responsáveis pela ereção. Fatores como idade, saúde geral, função sexual prévia e estágio do câncer influenciam os resultados. Em muitos casos, é possível recuperar a potência parcial ou total ao longo do tempo, especialmente com acompanhamento especializado e, se necessário, tratamentos auxiliares, como medicamentos ou reabilitação. Existem várias alternativas que garantem rigidez para uma boa relação.

Se eu não tiver acesso a cirurgia robótica, a cirurgia convencional aberta segue sendo uma boa alternativa?

Sim, a cirurgia aberta convencional continua sendo uma alternativa eficaz para o tratamento de muitas condições, incluindo a retirada da próstata por causa do câncer. Apesar de a cirurgia robótica oferecer vantagens, como menor sangramento e recuperação mais rápida, a cirurgia aberta é uma técnica consolidada, com resultados semelhantes em relação à cura e controle da doença. O mais importante é a experiência do cirurgião, independente da técnica. Com um profissional capacitado, você terá um tratamento seguro e eficaz, mesmo sem acesso à robótica.

Depois da cirurgia robótica, posso voltar ao trabalho e aos meus exercícios físicos?

Sim, após a cirurgia robótica, você pode retomar suas atividades, mas isso deve ser feito de forma gradual e com orientação médica. Em geral, atividades leves, como trabalho administrativo, podem ser retomadas em 1 a 2 semanas. Exercícios físicos mais intensos, como musculação e corrida, devem aguardar 4 a 6 semanas, dependendo da sua recuperação. Caminhadas leves são recomendadas logo nos primeiros dias para ajudar na circulação. Durante o acompanhamento, avaliamos sua evolução para liberar cada atividade com segurança.

Quanto tempo fico no hospital para essa cirurgia?

O tempo de internação após a cirurgia robótica é geralmente curto. A maioria dos pacientes permanece no hospital por 24 a 48 horas, dependendo da complexidade do procedimento e da sua recuperação inicial. Durante esse período, monitoramos sua evolução, como controle da dor, funcionamento da sonda urinária e movimentação. Em casos simples, você pode até receber alta no dia seguinte à cirurgia. Antes da alta, eu e minha equipe daremos todas as orientações necessárias para sua recuperação em casa.


Vou precisar de anestesia geral?

Sim, a cirurgia robótica exige anestesia geral. Esse tipo de anestesia é necessário para garantir que você fique confortável e imóvel durante o procedimento, além de permitir o uso do pneumoperitônio (gás insuflado no abdômen) que facilita a visualização e o acesso cirúrgico. A anestesia é segura e realizada por uma equipe especializada, que estará monitorando você o tempo todo. Após a cirurgia, o despertar é rápido e a dor (se houver) é controlada com medicação adequada.

Quais são os riscos e complicações mais comuns associados à cirurgia robótica?

Como qualquer cirurgia, a cirurgia robótica pode ter riscos, embora sejam menos frequentes devido à precisão da técnica. As complicações mais comuns incluem infecção, sangramento, formação de coágulos (trombose venosa), lesões em órgãos adjacentes e incontinência urinária temporária. Em raros casos, podem ocorrer lesões nos nervos ou dificuldade de cicatrização. A experiência do cirurgião e o preparo adequado ajudam a minimizar esses riscos, tornando o procedimento seguro e eficaz para a maioria dos pacientes.

Existe algum preparo especial antes de realizar a cirurgia robótica?

Sim, o preparo para a cirurgia robótica inclui exames pré-operatórios (sangue, imagem e avaliação cardiológica) e orientações específicas. É necessário jejum de 8 a 12 horas antes da cirurgia e, em alguns casos, uso de laxantes para esvaziar o intestino. Medicamentos que aumentam o risco de sangramento, como anticoagulantes e remédios para trata,então da diabetes podem precisar ser suspensos dependendo da minha avaliação. Além disso, os hospitais costumam seguir protocolos com você já internado(a) sobre higiene e cuidados pré-operatórios imediatos para garantir segurança e diminuir risco de infecção.

Daniel Hampl é urologista, especialista em cirurgia robótica, certificado pela Intuitive Surgical – DaVinci Surgery®, especialista em tratamento de câncer urológico. Doutorado pela UERJ. Acompanhe o seu blog e o seu canal do youtube e fique atualizado com novas informações.

Este conteúdo pode ajudar a esclarecer as principais dúvidas sobre a cirurgia robótica e preparar os pacientes para uma consulta informada.

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